domingo, 12 de dezembro de 2010

Dias Negros - Capítulo 2



No fundo, ele sabia que estava certo. Pegou seu casaco longo e preto, e saiu. Vagou pelas ruas desertas, procurando algo que nem ele realmente sabia o que era. Olhou para o relógio: era quase meia-noite.

O calor se foi, substituído por ventos que se arrastavam e o congelavam até os ossos. Ele continuou caminhando, sem rumo e sem idéias. Não viu ninguém, mas sentiu que alguém o via.

Começou a chover. Ele resolveu voltar para casa, e começou a fazer o caminho de volta. A chuva o impedia de ver direito. E foi então que aconteceu.

Um vulto apareceu a alguns metros de distância, à sua frente. Parecia imóvel. Ele parou também, e ambos se encararam. Ficaram ali por um minuto, que pareciam horas. E então, o vulto começou a andar.

Ele não se mexeu. Estava em choque, observando aquele vulto negro andar em sua direção. Mas ele parou.

Apenas três metros os separavam. Começaram a se encarar novamente, mas ainda era impossível identificar seu rosto. Era apenas uma massa negra por trás de paredes de água que caíam com cada vez mais força. A massa agora parecia se dissolver. Ele piscou, e o vulto desapareceu.