sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dias Negros - Capítulo 1



Mais uma noite comum e tranquila, apesar de quente. Ele pegou sua bebida e atravessou a sala em direção ao quarto, sentindo o peso dos olhares às suas costas. Continuou caminhando, agora um pouco inseguro.

Retomou sua confiança quando entrou no corredor, saindo do campo de visão de seja lá quem fosse, e virou para o quarto. Totalmente escuro, exceto pela luz da TV. Abriu as janelas para deixar o ar da noite entrar. Olhou para cima e sentiu falta de seu telescópio, meio quebrado e guardado numa caixa em cima do armário.

A lua apareceu por entre as nuvens cinzentas, e ele se lembrou de seu grande amor. Ela devia estar em algum lugar por ali, talvez pensando nele também. Ele tinha certeza que sim.

Assustado, olhou rapidamente para a porta, que havia sido fechada com força pelo vento. A voz das pessoas na sala foram abafadas, o que o deixou agradecido. Ele se deitou, inerte em seus pensamentos, que no momento voltaram a mostrar os dois juntos, caminhando sem rumo pela cidade vazia. Ela sempre aparecia, nas idéias ou em pessoa, preenchendo o vazio que o assombrara a vida inteira. E continuaria aparecendo.

Ele leu até tarde da noite, como gostava de fazer. Lá fora, a chuva havia começado a cair aos poucos, até que virou uma tempestade. As janelas balançavam; ele se levantou e caminhou até a sala, que agora estava vazia. Observou a rua, enquanto tudo era levado e arrastado pelo vento. Tinha a leve sensação de que algo estava errado.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Memórias


Por algum motivo, minhas memórias de longo prazo não seguem uma ordem cronológica. Apesar de não serem muitas, de modo geral, não sei dizer quando aconteceu o quê. É frustrante, às vezes.

Se perguntarem sobre a minha infância, ela se resume aos meus sete anos de idade.

— E quando foi isso?
— Ah, eu devia ter uns sete anos...

Na verdade, eu não consigo lembrar quantos anos eu tinha em cada acontecimento. Eu só acho que sete anos é uma idade razoável. E eu gosto do número.

Não lembro quantos anos eu tinha quando comecei a tocar violão, nem quando comprei minha primeira guitarra. Não lembro da minha festa de aniversário de 14 anos, nem se tive uma festa. Acho que tive.

Minha mente fica embaralhada, mas a maioria das minhas memórias não me faz falta. Eu me recriei ao longo do tempo, e teria vergonha do meu passado. Talvez seja melhor assim.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Oi, tô mais velho

Então, é meu aniversário hoje. Foda-se.

Tô fazendo 19 anos, apesar de ter cara e tamanho de 15 (sendo otimista). Mas só tô aqui pra mostrar o presente da namorada mesmo. :B

Dante

Sim, o nome dele é Dante. É. Igual o gato do Vlog #6. Isso.

Nhóóó, eli num é liiindo? *o*

Enfim, obrigado @taisbulgareli, SUA LINDA! *-*

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Corações e Mentes



O tempo passa rápido de manhã. As folhas estão caindo, e o vento ainda é gélido. As lembranças pairam sobre mim, se recusando a entrar. Não as culpo.

Acordei meio desorientado, e muito relutante. O tempo passa rápido de manhã. Meu peito doía a cada respiração. Minhas memórias, completamente embaralhadas, tremiam de pavor.


Com tantas manhãs perdidas, minhas lembranças, memórias, também se perderam. O tempo passa rápido e deixa tudo para trás.


As sombras me seguiam enquanto eu caminhava. Respirar ainda me causava dor. O passado de alguém que não o viveu, agora estampado ao meu redor, contra a minha vontade. No presente, quem eu sou sente vergonha de quem eu fui.


E o futuro que me era totalmente oculto, começa a se mostrar.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

O inferno



Ele está voltando. Surgindo aqui novamente, com todos os seus círculos, como era antes, como sempre havia sido. Houve um tempo de calmaria, mas passou rápido demais. E agora ele está de volta para destruir tudo o que construí nesse tempo.

Não será fácil conquistar o silêncio outra vez. Não tenho controle sobre os demônios que me cercam. Mas não posso me deixar enganar pela máscara de generosidade que eles usam. E não vou deixar a festa deles continuar por muito tempo.

Pois, entrementes, encontrei a solução. Usarei meus próprios demônios contra eles. Agora, também os possuo. E minha estratégia não será solta e desequilibrada. O inferno não sabe o que o aguarda.