terça-feira, 29 de maio de 2012

Ego



Esse era eu. Cheio de amores não correspondidos e músicas que basicamente contavam minha história. Depressivo por opção quase o tempo todo, quase um masoquista emocional. Andava solitário ao vento frio fingindo não ter rumo, pensando na vida patética e torcendo para que alguém interessante me observasse e resolvesse, sei lá, conversar comigo.

Senti falta desses dias. O mau-humor me ajudava a pensar e o pessimismo me fazia relaxar. Torci, em vão, para que o tempo nunca mudasse isso. Uma vez que tenha mudado, tento agora encontrar o equilíbrio entre aquele pessimismo e as minhas novas experiências, que no momento seguem a direção oposta.

Tive que deixar pra trás todas as minhas grandes histórias de decepção, para então ter e aceitar os motivos reais de sorrir, deixando de me preocupar com basicamente tudo.

O sofrimento, em sua maior parte fabricado por minha culpa e exagerado por mim propositalmente, ajudou-me a descobrir "talentos" que eu tinha medo de buscar. Eram emoções demais para se manter em segredo, mesmo quando todos sabiam. Precisava me expressar de uma forma que tocasse as pessoas, envolvidas ou não, e mudasse suas histórias. E mudei algumas.

Era disso que meu ego precisava: interferir nas vidas que me importavam. Positivamente, de preferência, mas foi inevitável causar tensões no caminho.

Eu não podia passar em branco. Não podia ser esquecido.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vício



Penso na distância que nos separa, e fico triste. Então lembro de uma aventura e em tudo que verei, e esboço um sorriso. E fico assim, nesse meio termo melancólico, dividido entre um romance e uma aventura solitária, ambos tentadores de uma forma.

No momento, estou sendo guiado para fora de uma desilusão que eu não sei se existiu. Talvez tivesse existido sem um prefixo, ou sem uma razão. Está me salvando, de qualquer forma. Provavelmente de mim mesmo.

Queria ir e ficar ao mesmo tempo, não sei qual dos dois queria mais. Sabia apenas que devia ir, mas torcendo por dias rápidos, para poder voltar e ver novamente aqueles olhos calmos que correspondem aos meus de perto, em momentos fantásticos.

Essência viciante, essa que me prende e me faz esquecer do mundo e daquilo que preciso fazer. Abandono compromissos com prazer, e vale a pena todas as vezes. Não sinto mais que preciso pensar demais, quando fazer o que me deixa feliz é mais simples. Simplesmente dividir momentos e sorrisos sob um céu aberto ou sob um teto, ambos acolhedores de uma forma.

Essência viciante, essa que despertou o poeta que eu não sou, nem quero ser. Escrever guiando as mãos apenas com o coração não é exatamente o que faço de melhor, mas é o que me faz bem no momento. Transpirar a inspiração vinda das longas distâncias que separam alegrias diferentes.

E depois voltar com lembranças e a certeza de um breve futuro alegre.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sempre buscando - segunda parte



A minha vez chegou. E então o foco principal da minha vida dissipou-se de repente. Vi-me sem chão e desorientado, dono de uma "liberdade" que eu não queria.

O fim sempre me assustou. Pude vê-lo de longe antes da sua chegada, tentando fortalecer-me com o tempo antes de recebê-lo. E agora tento recuperar-me exatamente como soube que faria. Trago minhas filosofias pessimistas de volta, juntamente com minhas idéias firmemente formadas no passado, tirando-as da bolha de afeto que as envolvia e escondia. Não parecia possível eliminá-las de vez.

Mas nunca serei completamente o mesmo. Abandono agora a era mais marcante da minha vida até o momento. Aprendi com meus erros e tento seguir em frente buscando algo novo, que possa preencher o vazio que ficou e que agora me consome, transformando-me em algo de que eu costumava  me afastar.

Algo como uma nova personalidade, ou apenas um reforço à personalidade que construí com o tempo mas tinha medo de colocar em prática. E agora tudo faz sentido de outra forma.

Tento me encontrar, encontrando meu caminho. Aos poucos deixo de olhar pra trás e vejo que bons tempos ainda me aguardam, apesar de não seguir meus próprios conselhos e sentir que aquela velha esperança de não me arrepender de continuar buscando decidiu voltar.

Essa história inteira se repetirá outra vez um dia. E já começou.