segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Vazio



Os outros dançavam enquanto ele olhava pro nada, visualizando a infelicidade quase palpável de uma solidão acompanhada. Assumiu feições depressivas em busca de pena e conforto, e ninguém se importou. Saiu, envergonhado.

E ele sofreu enquanto a chuva caía lá fora. O som dos problemas era mais alto, e tudo parecia ruir. O que deveriam ser tempos alegres foram tomados por nuvens negras que traziam certa depressão. Os amigos pareciam distantes e ele não sabia por quem viver.

Madrugadas se foram a encarar o teto tentando descobrir a quem amava, pois queria amar de novo. O sofrimento desnecessário mais buscado pelo homem. A confusão o assombrava a cada reavaliação da própria vida, e descobriu que não se conhecia como imaginava. Um romântico sem esperanças transformando-se no que detestava.

O vazio o consumia. Andou contra as luzes da cidade pensando em como nada mais fazia sentido. As noites ficaram sem graça como as músicas que costumavam provocar sentimentos vivos. Ele não sentia mais nada. A barreira que ele próprio criou por proteção agora se voltava contra ele, bloqueando aquilo que o fazia miseravelmente feliz. Aquilo que ocupava sua mente nos devaneios noturnos, vagantes ou chuvosos. Aquilo que o fazia sentir-se vivo, com histórias pra contar.

Tornou-se quase um vício, depois do período de abstinência. Seu desejo o cercava onde quer que fosse, sem tocá-lo. Era torturante vê-lo por todos os lados, onde parecia se posicionar propositalmente. A concentração se tornava mais difícil a cada visão enquanto a mente se deslocava para cada vez mais longe, desobediente.

É preciso que existam demônios para se entender a importância dos anjos. E o que se precisa para seguir em frente é de uma frustração revoltante. Esqueceu então os problemas que eram abafados pelo som da chuva, e viveu como merecia.

Como um homem que sabe por quem viver.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Lindas Tragédias



Sinto falta de me identificar com letras de músicas e ter em quem pensar ao ir dormir. Uma única pessoa a ser lembrada pelos filmes de uma noite fria. Lembrar, com sorrisos ou lágrimas secas, os momentos que ainda existem, nunca existiram ou morreram no passado.

As paixões vêm e vão rapidamente, e me vejo terminando músicas sobre quem ficou pra trás antes que eu pudesse continuá-las. Se tornam pensamentos incompletos de um coração inquieto e ansioso, percebendo que não existe o amor à primeira vista, mas existem pessoas que lhe roubam o coração apenas com um olhar. E o levam embora, deixando somente a sensação do vazio, absorvendo um olhar que nunca mais será encontrado. Um coração ansioso, porém vivo.

Depois do trauma criou-se um bloqueio, que não deveria ser derrubado. Ando por seus limites cautelosamente, tentando não cair do lado de fora. Seria trágico...sempre é. Sigo numa busca mais refinada e exigente, a fim de evitar decepções inevitáveis. Evitar as lágrimas que viriam se fosse capaz de chorar.

O amor é algo lindo em palavras. Até o sofrimento causado por ele é admirável, e inspira grandiosidades. Não existe a certeza de um final feliz, mas existe a da tragédia. A variante é o tempo que levamos até o fim. Até começar tudo outra vez.

Tudo se resume a segredos, que não seriam segredos se o óbvio fosse dito.  Não há segredo. Há coisas simples que não são ditas e passam despercebidas, mesmo sendo a peça que faltava para o próximo passo. Consequentemente, vivemos a complicar o que deveria ser fácil.

A vida é um eterno livro de lindas tragédias.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Diretamente do túnel do tempo

Já que estamos no ~mês das crianças~ (apenas uma desculpa pra esse post), vejam aí dois textos muito profundos, inteligentes e maduros que fiz pra escola na sexta série:


A Moda
"Hoje em dia, a moda faz a cabeça de qualquer um. As pessoas são influenciadas através, geralmente, das propagandas de televisão. Às vezes, os jovens compram certos produtos só porque todos os seus amigos estão usando, mas na verdade nem gostam muito. Outros compram por causa da marca, que é famosa em todo o mundo. A única diferença de ter tais produtos é que seus amigos vão dizer "olha, que legal o seu tênis", por exemplo.

Na minha opinião devemos comprar o que realmente gostamos, e não o que todos gostam. Comprar certos produtos só para impressionar pode acabar numa amizade falsa. As pessoas dizem ser suas amigas, mas só estão gostando mesmo da sua roupa de marca e do seu tênis. Todos sabem que ser popular é bom, mas podemos conseguir isso através da nossa personalidade. Sejamos nós mesmos."


Pais ajudam filhos a se conhecerem
"É normal um garoto de 11 anos ficar em casa, em vez de sair com os amigos?
Os pais tentam resolver essa e mais questões para ajudá-los na adolescência. Existem os que vão a qualquer festa, e os que preferem um livro.
Os pais observam o potencial dos filhos para assim orientá-los para terem uma boa adolescência.
O que os pais precisam é ficar seguros com a decisão dos filhos. Para que se preocupar se o filho se sente melhor sendo diferente dos outros?"


^-^

domingo, 30 de setembro de 2012

Inspiração



A inspiração pode ser momentânea. Ou amadurecida; ao passar por uma fase significativa da vida, onde os pensamentos e idéias sobre ela sofrem mutações, até se tornarem conclusões e teorias. E, em cima delas, colocam-se poesias - por assim dizer.

É algo que cresce internamente com o tempo, seu inconsciente observando artisticamente os acontecimentos ao redor. As conclusões vêm à tona de repente, muitas vezes claras como uma epifania. As palavras se juntam em harmonia automaticamente, sem esforço. Carregadas de emoções.

A inspiração momentânea é mais rara, mas quando aparece com vontade, traz belos resultados. Não há meios de descrever o processo que a permite acontecer, ou me falta experiência. Apatia e desligamento do mundo numa mesa de jantar veio a ser uma das minhas receitas, por puro acaso. Os métodos são infinitos, isso se realmente existirem. Cada mente opera de uma forma, e aí se esconde o misticismo das criações.

Mas costuma haver um preço. Como sentir-se emocionalmente destruído por um tempo, ou pra sempre. Como ser alvo daquilo que mais teme, vendo-se obrigado a escolher entre lutar ou fugir. Se der sorte, terá uma experiência valiosa dentro de uma história, fonte de reflexões a reproduzir.

Ainda assim, nada é mais inspirador do que um bom, ou trágico, romance.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Perpétua



Sinto-me preso a um passado que não consigo esquecer. Como poderia, se este insiste em andar em pessoa à minha volta, sempre a me incomodar e me confundir? A história inteira me vem à mente novamente, com todos os seus detalhes, alegrias e decepções.

Posso deixar para trás muitos passados, mas não esse. Inesquecível da pior forma, matando-me por dentro eternamente, ao passo em que faz sentir vivo e fadado a carregar nos ombros o peso de tais lembranças fatais, com pensamentos moldados a cada relembrar.

Fatal para a alma, talvez. Com um primeiro olhar, morrem esperanças e motivações. Com a intimidade vem a morte dos sonhos, das noites alegres e tranquilas, do silêncio de uma mente sem tempestades.

Nunca me faltarão palavras para descrever a mesma situação e contar a mesma história de formas diferentes, sendo tão grandiosa para uma vida simples. Posso passar a vida a fazê-lo, sem nunca conseguir traduzir as emoções e sensações daquela época conturbada. Época de lágrimas internas e ombros ensanguentados a suportar a frustração maior.

E resta no fundo aquela esperança de fazer tal época voltar, como uma discreta declaração de amor eterno por uma simples amizade perdida.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Sempre buscando - final



E a história se repetiu. Rápida como um tiro, com milhões de alegrias ao me atravessar, matando-me ao sair. O velho e metafórico renascimento veio outra vez, mais experiente e desperto. É fácil desviar os olhos da lucidez, ao manter-se aberto aos sentimentos.

Por outro lado, aprende-se que a idéia de que é possível controlar a busca inconsciente e incessante por companhia não passa de ilusão. Luto contra a lógica, ou contra fantasias? No caso, não importa. Seja o que for, decerto me derrotará eventualmente, um dia. Mas resisti até agora.

Resisto pois a busca raramente traz bons resultados. E mesmo os bons, como os ruins, destroem momentos dignos de uma vida proveitosa. Os resultados guiaram - infelizes, quase sempre - grande parte da minha breve vida. Aparecerão novamente, tão logo eu baixe a guarda. Atormentarão meus sonhos, me negarão alegrias. Me leva a pensar que a felicidade deve ser conquistada constantemente numa eterna batalha interna.

As batalhas externas deveriam ser dispensáveis e irrelevantes. O mundo moderno foi moldado da maneira mais complicada encontrada pelo homem. Traçando perpendiculares no caminho da vida, criando situações desnecessárias que nada fazem exceto confundir mentes, a ponto de deixarem poéticas frases soltas num conto qualquer, sobre a história de uma vida insignificante.

A busca é o que nos resta.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Espinhos



Seguia veloz pelas ruas de um lugar desconhecido, ouvindo sempre as mesmas músicas e relembrando breves sensações de uma época impactante de sua vida.

Poucas coisas fizeram sentido naquela história, mas isso se explica pelos fatores envolvidos. Esquivava-se dos rostos embaçados, guiando-se automaticamente para seu destino enquanto seus pensamentos atravessavam oceanos. Mantinha os olhos abertos somente porque não podia prever os obstáculos inconstantes.

Fora vítima de um passado eterno, e sua protagonista vivia constantemente mutável em sua frente, sem saber. Ou sabia, sem se importar. Mas seguia, virando esquinas perigosas e quase trombando com novos futuros assombrosos. Quase?

Acumulou mais alguns, na verdade. Até cair graciosamente num mar de rosas. Os espinhos, só sentiria mais tarde. Delirava com o perfume frio e fatal de uma nova fase que por muito havia esperado. Assustou-se com as primeiras recaídas, a saudade das águas misteriosas que um dia enfrentou. Sentiu que havia adquirido experiência suficiente para guiar-se, mas se recusava a tentar. E se acostumou.

O mar de rosas, apunhalando-o lentamente, era mais agradável.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Turbulência



Um conjunto de lindos versos - pois nasceram de um amor recente - agora derrubado por versos trágicos, ainda que poéticos, vindos da morte rápida do mesmo amor. A criatividade se renova com as mudanças, tornando suportável o delírio do viver.

Não suportaria uma vida não turbulenta e comandada por relações rotineiras, tal como um céu limpo ou uma estrada sem leves desníveis. Viver perderia seu fascínio e espantaria qualquer vontade. Os melhores sorrisos se abriram a cada pequena vitória, a cada momento ao passar da tensão, e principalmente ao fim de uma era de fracassos. E o tédio traz saudade das frustrações, só pelo modo fácil de sentir algo diferente.

A felicidade plena e eterna é inalcançável. Ela é composta de momentos que precisamos buscar, e aprender a aceitar que nem sempre conseguimos encontrá-los, pois ser feliz não é da nossa natureza.

Mas as frustrações não pararam. Se tornaram mais fortes, porém mais raras. Aos poucos paro de assistir a vida passar e decido tornar-me parte dela. O impossível é controlá-la, deixar de ser derrubado.

Levantar-me, ao menos, é uma escolha simples.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Lembrança



Noite solitária, a que me encontro. Companhia única e desagradável de fortes ventos uivantes que batem minha janela, e impedem o sono de chegar. Meu rosto refletido a me assombrar, com a expressão de quem perdeu as esperanças.

Encontrei, porém, as lembranças. Tempos aqueles que não voltam mais, mesmo tendo desfilado aos meus olhos e tocado-me o rosto no dia anterior. A frase não dita, a declaração da saudade, não saiu. E o que me restaram foram cenas perfeitas, criadas em uma mente atormentada pelo som da janela.

Invejei o vento incessante e livre. Lá estava eu, comicamente preso e faminto. Fraco, pois a inspiração não alimenta. Entregue, então, às lamentações silenciosas por lembranças sofridas e previsões impossíveis. Lamentações inúteis, embora estranhamente prazerosas.

Vejo a escolha, vejo o erro, vejo o medo. Medo que chama de absurda a escolha ao perceber o erro inevitável. Evito-o ao escolher não agir, e percebo que a culpa é toda senão minha. Foram minhas as decisões que escreveram uma história fantástica sem final feliz.

E não adianta tentar abandonar a lembrança, pois o vento que a representa sempre virá me manter acordado.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Tudo que é vivo, morre



"Cumpriu sua sentença.
Encontrou-se com o único mal irremediável.
Aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a Terra.
Aquele fato sem explicação, que iguala tudo que é vivo num só rebanho de condenados.
Porque tudo que é vivo, morre."

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terça-feira, 12 de junho de 2012

Breve, tão breve


Era um sentimento incontrolável, passar a gostar de alguém. Foi preciso se conter para não arruinar tudo com declarações precoces. Mergulhou mais rápido do que deveria e acabou preso ao fundo, vendo-a resistir e flutuar de volta.

A visão o feria. Descobriu uma nova forma de amor não-correspondido, ainda mais torturante. Provava cada vez mais para si mesmo que não havia aprendido nada com os erros anteriores, embora acreditasse nisso. Havia sido ofuscado por uma beleza incomparável, aprisionado naquela armadilha tão conhecida, mas tão bem disfarçada.

Nunca é fácil escapar e encontrar o caminho de volta sozinho. E fica-se ainda mais perdido ao sair. É preciso reaprender a orientar-se em becos de solidão, desconsolado boa parte das vezes.

Sorrindo, recebeu aquele sentimento familiar de solidão indesejada como um velho amigo. Ou foi o que pensou. Pensava ter saudades de tal sentimento antes de reencontrá-lo. As felicidades que passou a conhecer o enfraqueceram, e a depressão já não era tão bem aceita e compreendida. Precisava mudar.

Viu-se então obrigado a dizer adeus àqueles olhos calmos, protagonistas daquele breve futuro alegre. Tão breve, mas tão marcante, agora a tornar-se um passado que esconde passados piores.

Essência viciante, essa que te engana e se esvai.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Ego



Esse era eu. Cheio de amores não correspondidos e músicas que basicamente contavam minha história. Depressivo por opção quase o tempo todo, quase um masoquista emocional. Andava solitário ao vento frio fingindo não ter rumo, pensando na vida patética e torcendo para que alguém interessante me observasse e resolvesse, sei lá, conversar comigo.

Senti falta desses dias. O mau-humor me ajudava a pensar e o pessimismo me fazia relaxar. Torci, em vão, para que o tempo nunca mudasse isso. Uma vez que tenha mudado, tento agora encontrar o equilíbrio entre aquele pessimismo e as minhas novas experiências, que no momento seguem a direção oposta.

Tive que deixar pra trás todas as minhas grandes histórias de decepção, para então ter e aceitar os motivos reais de sorrir, deixando de me preocupar com basicamente tudo.

O sofrimento, em sua maior parte fabricado por minha culpa e exagerado por mim propositalmente, ajudou-me a descobrir "talentos" que eu tinha medo de buscar. Eram emoções demais para se manter em segredo, mesmo quando todos sabiam. Precisava me expressar de uma forma que tocasse as pessoas, envolvidas ou não, e mudasse suas histórias. E mudei algumas.

Era disso que meu ego precisava: interferir nas vidas que me importavam. Positivamente, de preferência, mas foi inevitável causar tensões no caminho.

Eu não podia passar em branco. Não podia ser esquecido.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vício



Penso na distância que nos separa, e fico triste. Então lembro de uma aventura e em tudo que verei, e esboço um sorriso. E fico assim, nesse meio termo melancólico, dividido entre um romance e uma aventura solitária, ambos tentadores de uma forma.

No momento, estou sendo guiado para fora de uma desilusão que eu não sei se existiu. Talvez tivesse existido sem um prefixo, ou sem uma razão. Está me salvando, de qualquer forma. Provavelmente de mim mesmo.

Queria ir e ficar ao mesmo tempo, não sei qual dos dois queria mais. Sabia apenas que devia ir, mas torcendo por dias rápidos, para poder voltar e ver novamente aqueles olhos calmos que correspondem aos meus de perto, em momentos fantásticos.

Essência viciante, essa que me prende e me faz esquecer do mundo e daquilo que preciso fazer. Abandono compromissos com prazer, e vale a pena todas as vezes. Não sinto mais que preciso pensar demais, quando fazer o que me deixa feliz é mais simples. Simplesmente dividir momentos e sorrisos sob um céu aberto ou sob um teto, ambos acolhedores de uma forma.

Essência viciante, essa que despertou o poeta que eu não sou, nem quero ser. Escrever guiando as mãos apenas com o coração não é exatamente o que faço de melhor, mas é o que me faz bem no momento. Transpirar a inspiração vinda das longas distâncias que separam alegrias diferentes.

E depois voltar com lembranças e a certeza de um breve futuro alegre.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Sempre buscando - segunda parte



A minha vez chegou. E então o foco principal da minha vida dissipou-se de repente. Vi-me sem chão e desorientado, dono de uma "liberdade" que eu não queria.

O fim sempre me assustou. Pude vê-lo de longe antes da sua chegada, tentando fortalecer-me com o tempo antes de recebê-lo. E agora tento recuperar-me exatamente como soube que faria. Trago minhas filosofias pessimistas de volta, juntamente com minhas idéias firmemente formadas no passado, tirando-as da bolha de afeto que as envolvia e escondia. Não parecia possível eliminá-las de vez.

Mas nunca serei completamente o mesmo. Abandono agora a era mais marcante da minha vida até o momento. Aprendi com meus erros e tento seguir em frente buscando algo novo, que possa preencher o vazio que ficou e que agora me consome, transformando-me em algo de que eu costumava  me afastar.

Algo como uma nova personalidade, ou apenas um reforço à personalidade que construí com o tempo mas tinha medo de colocar em prática. E agora tudo faz sentido de outra forma.

Tento me encontrar, encontrando meu caminho. Aos poucos deixo de olhar pra trás e vejo que bons tempos ainda me aguardam, apesar de não seguir meus próprios conselhos e sentir que aquela velha esperança de não me arrepender de continuar buscando decidiu voltar.

Essa história inteira se repetirá outra vez um dia. E já começou.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Aprovados




Esse vídeo é um trecho do filme "Aprovados" (Accepted), que fala sobre um garoto que é reprovado em todas as faculdades que tentou entrar, e tem a idéia de criar uma faculdade falsa para que seus pais não o achem um fracassado. Só que a idéia acaba indo longe demais e ele é obrigado a encontrar um lugar para montar uma faculdade de verdade (já que antes era apenas um site), pois descobriu que vários outros jovens haviam sido acidentalmente aprovados na South Harmon Institute of Technology, ou SHIT.

Depois, ele (Bartleby Gaines) tenta aprender a 'gerenciar' uma faculdade para deixá-la mais real e não decepcionar os novos alunos. O problema é que ele usou o primeiro nome de uma universidade já existente, e que queria comprar a propriedade que ele havia, de certa forma, roubado (um hospício abandonado). A universidade então entra com um processo contra a SHIT para fechá-la e ficar com a propriedade.

Daí o discurso, que me arrepia toda vez que vejo. Achei que devia compartilhá-lo :)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Tudo Igual



Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Mesmo uma pequena mudança ainda será percebida neste mundo onde tudo é rotineiro.
É possível fazer a diferença.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
Tudo igual. De novo. Outra vez.
 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Divagações da madrugada #8

Qualé.

Estaaaaamos de volta com mais um "Divagações da madrugada" que faz tempo que não escrevo. Mas, como nos anteriores, já tô ouvindo música pra entrar na ~vibe~.




Acabei de levar uma porra de UM SOCO NOS OUVIDOS por causa da música que eu esqueci que tava alta demais. É a melhor maneira de te passar de um estado pacífico pra raiva fulminante em 0.1 segundo.
Mas agora tô de boas ouvindo Foo Fighters.

Então, nos últimos dias separei alguns temas maneros pra textos que farei na hora que a inspiração bater. Acho que os senhores vão curtir quando ficarem prontos, mas não vou adiantar nada.

Now playing: Razorblade - The Strokes.

Acabei de apagar um texto imenso que tinha escrito aqui sobre um desses temas que falei, porque ficou muito forçado e resolvi escrever ele depois no formato normal de textos filosóficos que eu faço. Então, pra substituir, farei de novo um menorzinho daqueles sobre música onde eu falo qualquer besteira.

Aliás, gostaria de mostrar uma coisa pros senhores:



Quem me conhece sabe que não sou nenhum defensor da paz e harmonia entre os seres humanos. Muito menos quando tem deus no meio. Mas eu realmente gostei desse projeto. Por quê? Pela música. Poucas coisas são tão incríveis quanto reunir várias pessoas ao redor do mundo inteiro pra tocar uma mesma música, 'juntas'. Mas é claro que a música tem que ser agradável. Essa do vídeo, por exemplo, é viciante.

A questão é que eu percebi que não tenho nenhum tipo de preconceito religioso quando se trata de música. Por exemplo: o filme Resistindo às Tentações - com Beyoncé Knowles e Cuba Gooding Jr. - é sobre um publicitário demitido que tenta montar um coral de igreja para vencer uma competição. Obviamente, o filme só tem música gospel. E eu nunca deixo de ver quando passa na TV. Mano, as músicas são ótimas, não posso fazer nada.


E olha que eu tentei.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Inimigos

Um dia desses, vi uma frase de Winston Churchill, que diz mais ou menos o seguinte: "Você tem inimigos? Ótimo. Significa que você defendeu alguma coisa, alguma vez na sua vida."


A frase me fez pensar. Eu teria inimigos? Há pessoas que decididamente não gostam de mim, mas não sei se poderia chamá-los de inimigos. Mas sei que pelo menos alguns deles nasceram de uma divergência de opiniões, ou seja, acredito ter defendido algo alguma vez na vida.

Mas comecei a pensar: o que me faz melhor do que eles? Não acredito nem um pouco na grande bobagem que vivem dizendo, que "ninguém é melhor do que ninguém". Acredito que eu seja melhor que o desgraçado do taxista que roubou meu celular, por exemplo. Ou que o cara que jogou a própria filha da janela. Enfim, passei um tempo buscando uma pequena evidência de que eu era melhor do que essas pessoas que me acham babaca e gostam de mostrar isso por aí, achando que eu não veria.

O velho argumento infantil da inveja passou pela minha cabeça, mas o descartei na mesma hora. Eles não têm inveja de mim, eles realmente me acham babaca por algum motivo. Ou motivo nenhum, vai saber. Aliás, essa última opção é mais provável, pois não me lembro de ter dado motivos suficientes para despertar tal ódio. Mas sei que as pessoas tendem a procurar algo que possam odiar, reclamar e xingar, provavelmente para se sentirem melhor consigo mesmas. Conheço a sensação, confesso. Acho, porém, que talvez tenha conseguido abandoná-la.

Não sinto mais vontade de expressar meu ódio mortal por certas coisas. De repente, isso começou a me parecer exaustivo. Sair gritando aos quatro cantos que tal coisa, seja lá o que for, não passa de uma imbecilidade sem tamanho, apenas para receber mais e mais respostas agressivas atacando a minha opinião... Isso simplesmente não me atrai mais como antes. Não sei se chamo de maturidade ou de preguiça. Só sei que não sinto mais aquela ânsia de discussão.

E então percebi: talvez fosse exatamente isso que me tornava relativamente melhor do que aquelas pessoas. É difícil descrevê-las sem usar clichês cansativos como "amargas", "infelizes" etc. Consegui ir além, concluindo que elas têm essa necessidade infundada de se sentirem superiores aos seres que, de longe, por um mísero detalhe sem importância, não as agradou. Essa necessidade de dizer abertamente que tal pessoa ou grupo faz parte de uma escória inventada ao acaso, e que não se deve relacionar-se com eles.

Me surpreendi ao não me ver rebatendo certas provocações e ignorando-as quase completamente. Estaria mentindo se dissesse que não me senti ao menos ligeiramente incomodado, mas não me dei ao trabalho de me preocupar demais ou tirar satisfações. Não teria agido assim uns meses atrás.

Isso tudo deve ser apenas o preço que se paga por ser feliz.

A menina e o Harry Potter

Estou aqui só pra contar uma breve história que presenciei no shopping da minha cidade, que achei que seria melhor narrar aqui do que no twitter.


Bom, estava eu andando pelo shopping com a minha então namorada, até que entramos numa livraria. Ela sentou numa cadeira perto da porta e eu fui dar uma olhada no lugar onde ficavam os livros que eu gosto mais. Enquanto olhava, ouvi atrás de mim um homem entregando o Harry Potter e a Pedra Filosofal para sua filha - que devia ter entre 10 e 12 anos -, perguntando se ela gostaria de lê-lo. Nesse momento meu pai me ligou, mas me postei ao lado da menina que lia a sinopse na parte de trás do livro, e fingi folhear, por coincidência, o terceiro livro da série Dragões de Éter (que devo ler em breve). Esperei para ouvir a resposta dela ao pai, enquanto ouvia com metade da atenção o que o meu próprio queria me dizer no celular.

Resisti à ânsia de me virar para a tal menina e explicar pra ela o que era a série Harry Potter (cujo nome atualmente transmite certa infantilidade graças aos fãs imbecis, mas que ainda considero parte importante da minha infância e adolescência), e dizer que ela devia ler com certeza. Esperei. Uma onda de orgulho me acertou quando vi a menina levantar os olhos do livro para o pai e dizer-lhe que gostaria, sim, de ler.

Naquele momento eu pude ver o futuro da menina, que se encantaria com o livro exatamente como eu o fiz naquela idade, que passaria suas tardes lendo todo o resto da série, adquirindo certa cultura e consequentemente escapando da futilidade babaca das histórias de vampiros atuais. Foi provavelmente a primeira vez que me recordei da minha infância com certa felicidade, percebendo que realmente tive uma.


Enfim, foi isso. Resolvi escrever isso aqui porque... Bom, porque o blog é meu. Até mais.