segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Perpétua



Sinto-me preso a um passado que não consigo esquecer. Como poderia, se este insiste em andar em pessoa à minha volta, sempre a me incomodar e me confundir? A história inteira me vem à mente novamente, com todos os seus detalhes, alegrias e decepções.

Posso deixar para trás muitos passados, mas não esse. Inesquecível da pior forma, matando-me por dentro eternamente, ao passo em que faz sentir vivo e fadado a carregar nos ombros o peso de tais lembranças fatais, com pensamentos moldados a cada relembrar.

Fatal para a alma, talvez. Com um primeiro olhar, morrem esperanças e motivações. Com a intimidade vem a morte dos sonhos, das noites alegres e tranquilas, do silêncio de uma mente sem tempestades.

Nunca me faltarão palavras para descrever a mesma situação e contar a mesma história de formas diferentes, sendo tão grandiosa para uma vida simples. Posso passar a vida a fazê-lo, sem nunca conseguir traduzir as emoções e sensações daquela época conturbada. Época de lágrimas internas e ombros ensanguentados a suportar a frustração maior.

E resta no fundo aquela esperança de fazer tal época voltar, como uma discreta declaração de amor eterno por uma simples amizade perdida.

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