quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Livros de 2011

Pois então, estamos chegando a mais uma virada de ano, daí resolvi fazer uma semi-lista dos os livros que li em 2011. E quem sabe não continuo essa 'série' nos anos seguintes.

Li um total de 11 livros esse ano (estou terminando o 11º), todos muito bons e muito recomendados por mim para os senhores. E vamos à lista, começando com...


1) Percy Jackson e os Olimpianos (cinco livros) - É, resolvi resumir a lista porque seria complicado falar de cada livro de cada série separadamente. O que posso dizer é que essa série é excelente. Eu comecei a ler mais por curiosidade devido ao lançamento do filme O Ladrão de Raios, que levaria o primeiro livro da série pro cinema. Eu vi o filme antes, e todos diziam que não tinha nada a ver com o livro (e realmente não tem). Com a série, descobri que gosto muito de mitologia, tanto grega quanto romana, e me deu vontade de estudar as duas mais a fundo. Descobri também que Rick Riordan é um ótimo escritor, e por isso li depois o primeiro livro da nova série dele, que dá continuação à série de Percy Jackson.

2) O Herói Perdido - Esse é o livro que continua a série citada no primeiro item, dando origem à série Os Heróis do Olimpo. O livro é bom, mas não tanto quando comparado aos da série anterior. Estou aguardando a continuação, porque muitas perguntas ficaram no ar com o final desse primeiro livro. Mas o segundo parece ainda não ter chegado no Brasil. Só espero - e acredito - que ele tenha respostas.

3) As Crônicas do Mundo Emerso (trilogia) - Outra série excelente. Peguei os 3 livros emprestados com a minha namorada, e nem tinha certeza se queria ler, mas não me arrependi. Outro tipo de história que me agrada é a medieval, ainda mais envolvendo magia e coisas sobrenaturais. Gosto de ficção. E Licia Troisi conseguiu combinar perfeitamente os elementos, produzindo uma série envolvente que merece ser lida.

4) As Últimas Quatro Coisas - Continuação do primeiro livro da trilogia de Paul Hoffman, A Mão Esquerda de Deus, que também já foi citado em um post antigo onde eu tentei fazer uma retrospectiva de 2010 (e falhei miseravelmente). O livro é quase excelente. Achei o começo meio chato e monótono, mas depois vai ficando cada vez mais interessante. Comparado ao primeiro, o primeiro ganha. Mas vale a pena, e quero muito ler o próximo.

5) Caçadores de Bruxas - O primeiro livro da trilogia Dragões de Éter, que já parece ser inteiramente excelente também. Raphael Draccon é um escritor brasileiro, e só descobri isso depois de começar a ler o livro. Ele tem uma forma um pouco diferente de narrar histórias, conversando com o leitor de vez em quando. Demorei um pouco pra me adaptar a isso, mas acabei gostando depois. Quanto ao livro, é simplesmente incrível. Nele você encontra histórias infantis antigas e muito conhecidas por qualquer um, vistas de um ângulo totalmente diferente mas que parece absurdamente verdadeiro, entrelaçando as histórias e mostrando um lado genial e assustador das mesmas. Mal posso esperar para ler o resto da série.



E é isso aí, espero que isso incentive alguns de vocês a ler alguns desses livros, porque realmente valem a pena. E vocês já sabem o que me dar de presente também.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Leitor



Mergulhava em diversos outros mundos através de palavras impressas em páginas marcadas. Passou as tardes na varanda imerso em histórias envolventes, se sentindo parte delas, enquanto o céu desabava sobre a cidade lá fora. Em momentos como aquele se sentia feliz por encontrar tão fantástica rota de fuga das tempestades metafóricas. Sua personalidade era refletida e construída naqueles livros, naqueles personagens. Aquilo o alimentava, preenchia vazios causados pela abundância de realidade negativa ao seu redor, onde quer que fosse.

E onde quer que fosse, lia. Para esquecer, para lembrar, para viver vidas e histórias que não eram suas, mas eram melhores. Conheceu lugares fantásticos sem sair da sua boa e velha varanda, cuja janela recebia silenciosamente as gotas de chuva que provocavam o ambiente agradável de que tanto gostava. Acompanhado de café e biscoitos, saía de seu mundo triste para onde podia libertar a mente, o que causava sempre uma sensação revigorante ao lhe transmitir novos conhecimentos e muitas possibilidades.

Passava noites em claro em sua cama, iluminado apenas por uma pequena lanterna azul. Lia, madrugada adentro, versos reais ou fictícios de histórias que desejaria viver. O contraste entre tamanhas aventuras frente a sua rotina monótona era absurdo, e o ofuscava. Sonhava em um dia presenciar, ou até mesmo fazer parte de algo que pudesse contar com orgulho para os descendentes. Na verdade já havia conseguido antes, mas o final não foi nada feliz. Queria vencer, ao menos uma vez.

Mas não se deixaria abater. Os livros, em toda sua magia que provinha de algo tão simples e ao mesmo tempo tão poderoso, lhe davam uma ponta de esperança. E não se esforçava para que essa esperança crescesse, pois sabia que a decepção seria maior. Coisas boas nunca duram. Ainda assim, seguia em frente, guiado pelo anseio do conhecimento que o alcançava todos os dias. Sabia que seria útil no futuro, fosse amanhã ou daqui a vinte anos.

Tentou escrever suas próprias fantasias, mas desistiu cedo. Pretendia tentar mais tarde, quando acreditasse que havia amadurecido um pouco mais, e então seria capaz de encantar outros leitores. Leitores que, como ele, não queriam viver o mesmo mundo. Nunca estariam satisfeitos.

Mas ele, apesar de todos os esforços para escapar do seu mundo, nunca se esquecia de viver realmente.