Naquele momento, eu queria estar apaixonado e depressivo. Combinando a vista, o vento frio e um lento suicídio, parecia apropriado pensar em alguém que não dava a mínima pra este cenário. Às vezes acho até que fui feito pra isso. Mas eu não tinha em quem pensar.
Talvez tivesse.
Me identifiquei com o céu sem estrelas, pois me senti vazio ali. Não sentia nada, ou não sabia definir o que sentia. Poucas emoções me sobraram. Deixei-as nas pessoas que passaram, e em suas respectivas músicas. Parecia ter perdido a paciência para coisas bonitas.
Voltei pra casa ao som do vento e de tristezas alheias que combinavam com as minhas. Imaginava um dueto entre mim e o banco vazio ao meu lado, cantando as mesmas dores e alegrias.
Pelo resto da noite, me fiz responsável por cuidar da presença que ocupava aquele banco vazio. Poderia ter feito melhor, se soubesse o tamanho do arrependimento que viria depois. Fui enganado por sua devoção. Traído por minha vontade. Tive todas as chances do mundo e as desperdicei. Mais uma vez deixei o passado ficar no passado.
Mas não era onde ele pertencia.
Pelo resto da noite, me fiz responsável por cuidar da presença que ocupava aquele banco vazio. Poderia ter feito melhor, se soubesse o tamanho do arrependimento que viria depois. Fui enganado por sua devoção. Traído por minha vontade. Tive todas as chances do mundo e as desperdicei. Mais uma vez deixei o passado ficar no passado.
Mas não era onde ele pertencia.