sexta-feira, 9 de abril de 2010

Breve Alívio



Cansaço. Sentado naquela sala lotada, sinto uma súbita e forte vontade de arremessar para longe o lápis que repousa entre meus dedos. Não há um motivo, apenas uma vontade. Uma vontade que representaria o fim de uma respiração, quando o ar sai como uma bala.

Estou cansado. Cansado de sentar ali no frio, sozinho, olhando para o nada enquanto alguém em pé lá na frente tenta - quase ou sem sucesso - preencher várias mentes com grandes complicações inúteis. Coisas que querem que você guarde em sua cabeça até certo ponto, para depois esquecer completamente, aliviado.

Enfim, ouço um som excruciante, mas libertador. Junto minhas coisas e saio, tentando livrar minha mente de tudo que não preciso saber agora. Começo a me sentir mais leve à medida que vou me afastando daquela sala lotada.

De repente, sinto dedos empurrando minhas costas. Levanto a cabeça devagar, desorientado. Sinto novamente a vontade de arremessar o lápis para longe. E o faço.

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